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De acordo com especialistas, embora exista espaço para redução dos juros neste momento, a expectativa do mercado é de manutenção da Selic e uma possível queda apenas no segundo semestre. A LCA Consultoria acredita que haja margem para redução dos juros no terceiro trimestre, enquanto o economista-chefe da Suno Research, Gustavo Sung, prevê que o primeiro corte ocorra em agosto.

Embora a inflação elevada seja uma explicação para a manutenção da taxa de juros em 13,75% ao ano, especialistas argumentam que o Banco Central poderia ter realizado uma redução da taxa. 

As perspectivas para a economia melhoraram recentemente e as regras de gastos públicos foram apresentadas, o que, segundo especialistas, justificaria uma redução nos juros neste momento

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A inflação 2023 e as taxas de juros

A inflação é um problema persistente neste ano e está deixando muitos analistas preocupados. De acordo com o último Boletim Focus divulgado pelo Banco Central (BC), a projeção é de que a inflação termine 2023 em 6,04%, o que seria o terceiro ano consecutivo em que o governo não atingiria sua meta de inflação de 3,25%, com uma tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. 

Do ponto de vista técnico, a Selic (a taxa básica de juros) está nesse patamar devido à inflação em alta. O BC está olhando para a frente, pois entende que ainda existe uma tendência de alta nos preços.

Embora a inflação ainda esteja alta, outros indicadores econômicos mostram uma melhoria, como a projeção para o crescimento da economia em 2023, que é de 0,96%. Com isso, há espaço para uma redução na taxa de juros Selic. Segundo um professor da UnB, o BC poderia baixar a Selic para 13,5% agora. 

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Essa redução melhoraria as expectativas do mercado e sinalizaria que a economia está evoluindo, de acordo com a professora dos MBAs da FGV-SP, Carla Beni Menezes de Aguiar. Ela ressalta que o BC deveria ter começado a reduzir a taxa Selic, mesmo que fosse em 0,25 ponto percentual, para criar uma expectativa de queda futura, já que as expectativas são fundamentais para os empresários e para a economia como um todo.

Portanto, é importante que o BC continue acompanhando a evolução da inflação e tome medidas necessárias para controlá-la, ao mesmo tempo em que incentiva o crescimento econômico. A redução na taxa Selic pode ser uma opção para melhorar as expectativas do mercado e sinalizar que a economia está evoluindo, mas deve ser feita de forma responsável e cautelosa.

Críticas por parte do governo sobre a não redução das taxas

O governo tem se manifestado recentemente em relação à política de juros do Banco Central, solicitando uma redução nos mesmos. Entretanto, é importante lembrar que o Banco Central é uma entidade autônoma e independente para tomar suas próprias decisões. 

Segundo César Bergo, renomado economista, é um equívoco o governo criticar o Banco Central, visto que a inflação é um problema mundial e as decisões do BC são baseadas em análises técnicas.

Por outro lado, Carla Beni argumenta que as críticas do governo são justificadas, uma vez que o Brasil detém a maior taxa real de juros do mundo, com quase 7% descontando a inflação. Nesse sentido, seria necessário que o Banco Central explicasse mais claramente a sua política de juros e demonstrasse como essa política contribui para o combate à inflação e o desenvolvimento econômico do país.

Resposta do Banco Central sobre a taxa de juros

Em uma audiência no Senado na última quinta-feira (27), o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, defendeu a manutenção da taxa Selic nos patamares atuais, argumentando que reduzi-la poderia gerar inflação ainda maior e não necessariamente melhoraria a oferta de crédito no Brasil. 

Ele enfatizou que o governo federal e o BC estão caminhando “na direção correta” em relação à política econômica, possivelmente referindo-se à nova regra fiscal para controle dos gastos públicos apresentada recentemente.

Embora tenha destacado a sintonia entre o governo e o Banco Central, Campos Neto ressaltou que a resolução dos problemas econômicos não é simples e que se fosse fácil, já teria sido feito. 

Na terça-feira (25), o presidente do BC já havia afirmado que não baixaria os juros com uma “canetada”. Ele explicou que o Banco Central está empenhado em suavizar ao máximo o impacto do aumento dos juros, a fim de manter a inflação na meta estabelecida com o menor custo possível.

Assim, a manutenção da taxa Selic é uma decisão técnica e complexa, que envolve diversos fatores e exige uma análise cuidadosa. O presidente do Banco Central tem reiterado que a política de juros é uma ferramenta importante para combater a inflação e garantir a estabilidade econômica a longo prazo. Nesse sentido, é fundamental que haja cooperação entre o governo e o BC para que sejam tomadas as melhores decisões para o país.

Com isso, acompanhamos para saber como que essa taxa vai influenciar diretamente nossa economia.

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